27/05/2008

Fundão em desânimo

Atravessei a rua e fui ao carro deixar o saco de viagem.
Ia tomar café e embora só regressasse à minha casa no fim da tarde, aproveitava a ida à rua para levar já algumas coisas.
Um senhor, com idade aproximada da minha, parou, olhou-me e disse: - "Já viu o deserto em que está o Fundão? Não se vê movimento na rua."
Perante a minha admiração, explicou: - "Não me conhece, mas eu conheço-a bem. É a filha do Sr Salvado. Conheço-a desde muito pequena. Eu sou da família do... Olhe para esta terra, sem viva alma nas ruas. Que tristeza!"
Hoje já não sei o nome do tal senhor, mas lembro-me do seu olhar, auscultando as ruas desertas, numa tarde de domingo.
Fui tomar café ao centro comercial. Não havia em cada loja ninguém além do seu proprietário.
Não havia clientes, não havia visitantes.
Na pastelaria só a empregada, eu e meia dúzia de bolos. "Não há necessidade de colocar mais na vitrine, pois não se vendem" - explicou-me ela.
O Fundão está triste e desanimado! As pessoas do Fundão dão vida ao centro comercial da Covilhã, às esplanadas da Ciudad Rodrigo e aos supermercados situados nos arredores.

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