30/03/2007

Viver para sempre

Tantas coisas novas que eu tenho aprendido nos últimos tempos e tanto para aprender ainda.
São livros para ler, filmes para ver, lugares para visitar, gente para conhecer... Entristece-me calcular o muito que será inventado e eu irei perder.
Adoraria ter tido as oportunidades que os jovens agora têm.
Andava nos primeiros anos da escola primária quando chegou a televisão ao Fundão. A Electro-Gardunha pôs na montra um aparelho que estava ligado nas horas de emissão. Juntava-se muita gente no Largo da Igreja para olhar aquela novidade... As crianças, como eu, esperavam com ansiedade que em vez daquela foto com uma paisagem e a legenda de Interlúdio, aparecesse o Franjinhas, que falava e brincava de forma bem mais divertida do que os desenhos dos livros que conhecíamos.
Ninguém imaginaria ser possível assistir pela televisão a factos que nesse mesmo momento aconteciam em África ou na América.
O meu pai comprou-nos uma TV, mas na escola não acreditaram em mim e a garotada vinha em rancho ao Largo José Barata para verem a antena no telhado da minha casa.
O nosso telefone preto tinha o n.º 250. Era fixo, claro, pois telemóveis com agenda, mensagens, video conferência, câmara de fotogafar e filmar, ligação à internet, etc. com o tamanho de uma bolacha de baunilha, só em filmes de ficção...
Ouvir música em gira-discos a pilhas, sem colunas, era inspirador, mesmo que os singles já tivessem sofrido alguns reveses e apresentassem riscos profundos.
Ir a Lisboa, era uma festa com direito a merenda, que começavamos a comer logo à saída de Alpedrinha. A estrada de Vila Velha de Rodão era interminável e o meu pai, para nos ver sorrir, dizia sempre que o arquitecto a projectara numa folha de couve e os trabalhadores só a construiram meses depois.
O meu diário era escrito com caneta de tinta premanente, em caderno pautado e com cuidado para não ter de fazer rasuras. As canetas, que enchia no tinteiro e me sujavam o dedo médio, ajudaram-me a aperfeiçoar a letra que raramente já desenho.
O computador... um milagre na forma mais moderna. Escrever um blog que todo o mundo pode ler, é assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. E mais, que aí virá...
Falta-me o tempo para aprender e experimentar tudo o que vejo. Tenho pressa...
Dou por mim a desejar viver para sempre.

27/03/2007

27.03



DIA MUNDIAL DO TEATRO. Boa data para o começo!