25/06/2008

Ginjas

Desapareceram as ginjas.
Eram consideradas uma fruta menor, somenos, fruta que não merecia o trabalho da apanha.
Mas o paladar dos ricos, habituados a provar tantas variedades de coisas boas, começou a reparar nelas.
A ginjinha que se bebia na taberna, como substituto dos licores com nomes esquisitos, começou a dar nas vistas.
E nos restaurantes lá da capital, começaram a achar graça ao doce de ginja para contrastar com outros sabores menos agrestes, menos selvagens.
Começaram a perguntar pelas irmãs pobres das cerejas, nas praças e nos mercados.
E foi assim... Hoje são mais procuradas, mais encomendadas e muuuito mais bem pagas.
Na Serra da Gardunha plantam-se ginjeiras à pressa. Adubam-se, protegem-se e colocam-se nelas as esperanças de uma existência menos dura, de invernos menos frios de lenha na lareira e de carne na salgadeira.

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