25/06/2008

Cerejas

Cerejas, cerejas, cerejas.
São os tempos de alegria nas encostas da Serra da Gardunha.
A Primavera trouxera a floração que mais parecia ter coberto a Serra de neve.
Com os dias mais quentinhos, a flor da cerejeira deixou as ramadas e atapetou o chão, como se fosse o véu da noiva deixado para trás na vinda da Igreja.
Os vários tons de verdes foram aparecendo com a folhagem, que trouxe de novo a vida à Gardunha.
À saída de Castelo Branco e à medida que se aproxima Alpedrinha, cada encosta, cada vale, cada cume sorri com o rejuvenescimento que a folhagem das cerejeiras consegue fazer à Natureza em cada Primavera.
Agora é a festa!
As cerejeiras vergam as pernadas carregadas com as cerejas que amadurecem e brilham, no seu colorido berrante, ao sol.
É tempo de risos, de fartura, de alegria, de doce sumarento na boca.
É tempo de renovar esperanças daqueles que tratam a terra e tão pouco recebem pelos produtos maravilhosos que conseguem gerar nela, trabalhando dias que começam nas madrugadas e avançam pelas noites.
As cerejas são o sangue da Gardunha, sangue doce, sangue vivo, mas sangue fugaz.
Com o começo do Verão elas partem para as Lisboas, para os Algarves e é tempo da Gardunha se preocupar com os incêndios, que vão encher as encostas de chamas laranja e névoas de cinza.

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