13/08/2007

A alegria

As latadas cheias de uvas maduras que seriam vindimadas em Setembro, no fim do Verão, faziam sombra para as correrias em bicicleta, as passeatas em que as crianças trocavam os novelos feitos de fios dourados da sua imaginação.
Foi assim connosco, foi assim com os nossos filhos... quem dera que seja assim com os nossos netos!
Não precisavamos de televisão, de Mcdonalds, de sessão da tarde no cinema do centro comercial.
Os abraços eram dados pelo pai, pelo avô, pelos mais velhos, sem olhar à quantidade, sem regatear a qualidade.
As atenções, os mimos, os doces e os bolinhos eram uma constante na mesa fazendo companhia ao leite e ao pão com manteiga.
Nas férias, os primos cresciam juntos como se fossem irmãos e os amigos como se fossem primos, os conhecidos como se fossem amigos.
Crescia-se a cada vez que se enchiam os pulmões de ar puro, a cada corrida, a cada jogo.
Não me lembro das lágrimas, da solidão, do abandono, da tristeza.
O sorriso da Bagui e do Kiko não deixam dúvidas... Era a alegria!

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