01/12/2008

Natal, Natal!

E chegou de novo o mês de Dezembro... O mês mais longo do ano!
Está frio, não apetece sair da cama de manhã. Não apetece andar na rua. Chove e é penoso entrar e sair do carro.
Só se ouve falar do Natal.
Árvores com 30 mts de altura e 60.000 lâmpadas. Montras com enfeites coloridos e brilhantes para chamar ao consumismo.
Prendas que se dão, porque é hábito dar.
Comida, roupas, enfeites, tudo, porque é Dezembro.
Quem se lembra do nascimento de Jesus?
Depois vem o fim do ano. Roupas bonitas para ir dançar e cear a um sítio in, a um hotel ou casino podre de chique.
E quem não tem dinheiro para prendas? Quem não tem emprego, casa, paz, saúde, liberdade, família ou apenas gosto por toda esta festança?
Dezembro é um Pai Natal obeso, vestido de cor ridícula, inventado para crianças ricas, para pais ricos, para países ricos. O Pai Natal é o simbolo do esbanjamento, do consumismo, do markting e da publicidade vencedora. É Dezembro das lojas e das prendas, não da família e do presépio.
São renas e trenós em vez de pastores e pequenas ovelhinhas de pelo anelado. São árvores de plástico, em vez de pequenos povoados feitos de musgo e serradura, são montes de prendas, em vez da Missa do Galo, são bolas e fitas, em vez de canções de Natal à consoada.

"Oh meu Menino Jesus,
Oh meu Menino tão belo
Logo tu foste nascer
Na noite do caramelo"

Mês de solidão, de saudade, de lembranças, de desejos e de duras realidades.
Mês vestido de encarnado, com laços dourados, luzes intermitentes, canções com guizos e coros de crianças a um "Menino em palhas deitado".
Quem me dera em Janeiro, livre de Almoços de Natal com os colegas, jantares de Natal com os patrões, escolha de prendas que não agradam a quem as dá, nem a quem as recebe, livre das trocas nas lojas, das montras atafulhadas de adereços de ouros e pratas, das árvores sem trambelho com estrelas no topo, dos troncos de chocolate mal amanhados, dos fritos areados, dos tubos iluminados e enroscados por tudo o que é sítio, das fitas franjadas e dos papéis com desenhos estrelados, dos laços de pontas encaracoladas, que nada atam.
Quem me dera já no sossego de Janeiro, em que ninguém tem dinheiro e por isso não enche as lojas, esperando horas em filas paradas, para pagar meia dúzia de bugigangas que não servem para nada. Dezembro é um mês fanfarrão que acaba com copos e farra, esquecendo quem não tem ordenado, nem subsídio de Natal.
E logo a seguir, outra estopada... O Carnaval.

2 comentários:

A Lisboeta disse...

Olá Maria! É a xifu :)

Hoje em dia o natal é mais pensar em centros comerciais, nas prendas e em dinheiro, do que o espírito natalício em si: de estar com aqueles de quem gostamos, o amor, a alegria...

Beijinho***

nuno medon disse...

Olá! Tudo bem contigo? A Ana já disse tudo. Estamos na época do consumismo. Eu já não ligo tanto ao receber prendas, como antes, mas gosto da companhia dos meus familiares e dos mais pequenitos e das sobremesas ( lol ). beijos para ti e um bom fim de semana! um abraço